terça-feira, 28 de agosto de 2007

Resenha do Show da Devils, 28/07/07, Absynthe Pub, Santa Cruz do Sul


Devido ao fato de eu estar um pouco no vácuo criacional, como o Fanny falou no blog dele há alguns posts atrás, eu vou postar uma resenha que fiz do show da Devils, banda de amigos meus. Talvez essa "sessão" entre para os marcadores e permaneça lá ^^

OBS: Foto escura, infelizmente, da passagem de som da Devils. Da esquerda para a direita: Rubaum, Meia, Jonas, Jorge e Jean.

No dia 28 de julho chegou o tão esperado show dos guris da Devils pelo interior do estado! Bom, pelo menos era o que todos nós, de Porto Alegre, sentíamos. Foram duas longas horas de viagem (divertidíssima, aliás) de ida e duas horas de volta, mas ambas valeram muito a pena para ver o show que foi intitulado “o melhor até agora”. A banda Devils, da capital da província, foi a última a tocar no Rock Against Ass Festival, no Absynthe, mas fez valer a pena a espera. Houve acidentes de percurso: tivemos um baterista entrando em coma alcoólico, saindo do coma para tocar monstruosamente bem e voltando ao coma após o show; poucas pessoas ainda se mantiveram firmes e perseverantes no momento do show, que creio ter começado por volta das 5 da manhã numa friagem incrível. No entanto, nada disso foi suficiente para ofuscar o grande show que foi presenciado.
Um set list riquíssimo em músicas próprias, como “So Much Higher” e “Black Hole Woman”, e de bandas maravilhosas como Spitirual Beggars e Chrome Division, sem esquecer de Testament, foi mostrado durante o show. Sem dúvida alguma pode ser visto todo o talento dos 6 guris da capital: Rubaum (vocal), Jorge (guitarra), Meia (guitarra), Jean (baixo), Jonas (bateria) e Felipe (harmônica). Creio ser uma banda em ascenção que possui (quase) tudo necessário para alçar vôo! Talvez o que falte é um pouco mais de luz dos holofotes. Vemos o público da banda crescendo cada vez mais, bem como o número de shows em suas agendas! E realmente não é de se ficar surpreso: todo o talento que a banda possui a faz muito merecedora de todo o sucesso possível de se alcançar. Músicas muito bem trabalhadas, letras igualmente ricas e instrumentistas muito carismáticos fazem da Devils uma das melhores - se não a melhor - banda da capital e diria até, talvez, do estado no seu segmento.
Esperamos que apareçam mais shows em Santa Cruz. Como alguns disseram, foi um prazer tocar no interior.

sábado, 25 de agosto de 2007

Largar ou não largar?

A questão é bem simples: largar ou não largar?
Não é tudo que pode ser mantido e nem tudo pode ser abandonado de uma hora pra outra! Como diria a Dai, "a vida é um par ação-reação". Todas as nossas opções desembocarão em uma determinada rota, queiramos nós ou não. Como saber qual atitude tomar? Como balancear as coisas se elas são tão diferentes? Deveríamos nos concentrar no valor que elas adquiriram com o tempo? Devemos ser secamente práticos e só analisarmos a sua utilidade em nossas vidas?

Creio que tudo é bem mais profundo do que percebemos. Eu fiz escolhas que mudaram minha vida completamente. E eu não me refiro a algo do gênero "qual roupa usar?"; me refiro a questões fundamentais, que podem me acrescentar mundos e fundos. Eu abri mão de determinadas coisas que hoje vejo não ser tão importantes, valiosas e muito menos significativas. E disso tudo, a única lição que pude tirar foi a de não cometer os mesmo erros. Não digo que não os cometeria novamente, e sim que pensaria muito mais sobre o assunto. Talvez por isso eu fale menos e pense mais antes de dizer qualquer asneira. Sim, sou conhecida por falar besteira nas horas mais impróprias, mas também sei refletir sobre o que vou proferir.

No fundo, acho que esse metodismo não me leva praticamente a lugar nenhum. No entanto, posto que não tenho muito, a não ser bagagem - emocional, espiritual, profissional, etc -, não tenho (praticamente) nada a perder. Posso passar uma noite inteira ouvindo qualquer coisa, enchendo a boca pra falar e justificar as coisas nas quais acredito ou então falar sobre o que li ontem no meu horóscopo. A vida é feita de vivência, por mais redundante que isso possa parecer.


No momento, me permito assistir à uma grande obra de Coppola, com grandes mestres do cinema e tentar entender o tão dito "manual de sobrevivência masculino" que é "O Poderoso Chefão" e me preparar mentalmente para um longo e bom ensaio com a melhor companhia que eu poderia querer: meus amigos, confidentes e muito mais sábios do que o meu horóscopo - que creio ser inventado por algum gordinho, enquanto ele come alguma coisa bem açucarada, cheia de gordura-trans, toma um café preto e bola um bom parágrafo para publicar no jornal, crendo que com um monte de informações vagas sobre algum planeta se alinhando com alguma outra coisa existente no universo vá mudar a vida de alguém ou, no mínimo, manter seu emprego. Feliz ele, que "pode" dar esperanças à vida de alguém com poucas frases!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Um lugar no mundo

Lya Luft uma vez disse "Todos os dias escolho Porto Alegre como meu lugar no mundo". Eu seria menos abrangente: diria que escolho todos os dias o trio-ternura Cidade Baixa-Santana-Bom Fim como meu lugar no mundo. Escolho as ruas pelas quais passo todos os dias, mesmo que em pensamento. Escolho a Redenção nos domingos, rodeada de casais com seus filhos e cachorros, as pessoas estranhas, porém amigáveis que "habitam" o Arco, a grama verdinha, o chafariz, os espelhos d'água. Escolho o charme de cidade antiga do Santana e do Bom Fim. Escolho a boemia da Cidade Baixa, o grande xis do Cavanhas e do Speedy.
São coisas simples, coisas como raios de sol nas tardes, ou como fugir dos quero-queros, que fazem seus ninhos em lugares nada estratégicos e que ao nos ver, resolvem dar razantes, como que nos mandando embora.
Fico feliz de poder compartilhar dessas sensações com mais algumas pessoas, de saber que essa região de Porto Alegre, tão perto do centro da cidade mas ao mesmo tempo tão longe, nos mantém vivos!

Caminho... seria o verbo ou o substantivo?


Não sei se eu percorro o caminho ou se ele me percorre.
Não sei se de fato existe caminho ou se é apenas mais uma conspiração pra mais uma brincadeira "cai-levanta", mais uma peça que o universo resolve me pregar. Já não sei mais ao certo no que creio. Existiria o destino? Existiria vida após morte? E vida após amor? E após música?
Sei que existe a insônia, a vontade de dormir, o sono breve, que dura apenas o exato tempo de nos levantarmos de onde estamos, nos arrumarmos e irmos deitar. Não dura mais do que isso! Estamos deitados, tentando nos esquentar debaixo de todas as cobertas necessárias nesse inverno, sozinhos, tentando dormir. Mas o sono apenas se distancia, cada vez mais e mais. Se distancia e não parece querer voltar. Apertamos nossos olhos, na leviana esperança de que isso vá ajudar. E é nesse momento que nossos maiores medos, nossos piores pensamentos aparecem. Penamos ao pensar nas contar que devem ser pagas, fazemos orçamentos até o fim do mês mentalmente, contamos até o último centavo, crendo que tudo dará certo. O que parecemos não ver é que o quanto mais nos mantemos pensando nisso, mais nos mantemos acordados, pensando em mais problemas. É uma bela bola de neve, que cresce a cada noite. Por fim, após algumas horas, adormecemos. Mas e nossos sonhos? Esperamos que eles nos levem para algum lugar bem bonito, calmo, onde talvez possamos... dormir! O sono parece ser a melhor forma de esquecermos dos nossos problemas.
Esquecer parece bom. Soa bem. Soa "adulto". É como ser a pessoa mais superior da relação e esquecer os erros, os enganos. Ao mesmo tempo, esquecer não soa mais tão bem. Lembra "fuga". E como eu mesma canto, nas palavras de amigos, "Eu já cansei dessa história/'tudo um dia vai mudar'/Eu já juntei alguns trocados/Amanhã vou me mandar".

Enfim, que o caminho me percorra, que ele me leve onde eu devo ir. Ou que então me coloque em um ponto onde eu possa o percorrer. Mas que eu saia do lugar em que me encontro e que ande pra frente!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

O início da fase do vazio

E eis que se entra na tal "Fase do Vazio". Talvez ela seja de cunho criativo ou então de cunho amoroso. Mas ela simplesmente entra nas nossas vidas. É o momento em que nada mais tem fundamento, nada mais faz sentido. Lutamos, no início, para negá-la, mas raramente conseguimos eliminá-la. Somente depois de um bom tempo e com a ajuda de uma boa emoção a vemos como passado, e não mais como presente. Em alguns momentos tentamos combater essa tal fase e tirá-la da vida de outrém. Tentamos ser a emoção que aparentemente falta à essa pessoa, tentamos fazê-la ver que podemos tomar lugar do vazio, mas ainda sim, depende do cidadão que está neste momento. E, não raro, nos vemos impotentes frente à tudo isso, da mesma maneira que muitos querem mudar inúmeros fatos, mas sentem-se pequenos demais para tanto.
Então nos lançamos em uma jornada, uma espécie de férias da vida, tentando juntar todos os pedaços que já caíram, não importa o que tenha sido quebrado. Sentimos como se não nos reconhecessemos mais, como se estivéssemos prestes a gritar, muito alto, tentando libertar algo que nem sabemos ao certo o que é. Passam por nossa cabeça pensamentos de variadas naturezas: desde a possiblidade de nos "espiritualizarmos" até a de nos matarmos - claro que nesse caso, a intensidade e o período que ela permeia nossa mente varia de pessoa para pessoa. Nos sentimos como a Geni, do Chico (Buarque): "Joga pedra na Geni/Ela é feita pra apanhar/Ela é boa de guspir[...]Maldita Geni".
Felizmente, tudo isso passa, assim como o inverno acaba e a primavera chega.
Eu ainda espero a minha e a de outras pessoas passarem. Espero não mais enxergar tudo com os olhos cansados de quem não vê muito futuro e apenas sente saudade da pessoa que era há pouco tempo atrás. Ainda tenho a esperança de não mais ver a tal linha traçada, que nunca mais se apaga.