Eu virei minha mãe. Ok, a coisa é mais complicada do que parece. Não que eu não goste de ser como a minha mãe, mas é estranho. Por exemplo, quando os guris vêm aqui em casa e começam a se refestelar, eu fico tirando os copos de perto, fico dizendo "ai, tu vais te machucar" e coisas do gênero. Depois de uma "festa", eu varro tudo, eu lavo a louça - e não me importa de ser às 11 da manhã e eu ter recém acordado. Aí, eu fico pensando: somos, todos nós, pessoas que serão iguais aos seus pais?
Talvez eles sejam um modelo e nós acabemos pegando alguns detalhes para sermos iguais. Talvez sempre sejamos presos aos nossos pais - assim como dizem que todas as mulheres procuram homens parecidos com seus pais e todos os homens, mulheres parecidas com suas mães. O caso é que, às vezes, essa constatação fica clara demais e todos já começam a perceber. Eu já virei a "mãe" do grupo, assim como sempre fui e até me orgulho um pouco disso - sem mim, talvez, eles se machucassem mais. Ou não. Talvez eles ficassem bem da mesma maneira e seja coisa da minha cabeça toda essa necessidade de ajudar e de cuidar. O fato é que eu gosto de exercer essa função na vida de todos. De querer ligar pra ver se o bebum chegou em casa inteiro e não se matou na volta de carro pra casa. De querer tirar todos os objetos cortantes de perto das pessoas que possam se machucar e/ou machucar outros. Só que, e aí chegamos num ponto crítico: não tem como fazer isso sempre. Por mais que eu tente, em algum momento eles estarão sozinhos e eu não vou poder ajudar. Em algum momento eles vão se machucar. Em algum momento eles vão bater o carro. E eu não vou poder ajudar. Não vou.
Não. Na verdade, eu vou poder ajudar sim. Nem que seja levando no hospital. :D
domingo, 8 de junho de 2008
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