quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Caminho... seria o verbo ou o substantivo?


Não sei se eu percorro o caminho ou se ele me percorre.
Não sei se de fato existe caminho ou se é apenas mais uma conspiração pra mais uma brincadeira "cai-levanta", mais uma peça que o universo resolve me pregar. Já não sei mais ao certo no que creio. Existiria o destino? Existiria vida após morte? E vida após amor? E após música?
Sei que existe a insônia, a vontade de dormir, o sono breve, que dura apenas o exato tempo de nos levantarmos de onde estamos, nos arrumarmos e irmos deitar. Não dura mais do que isso! Estamos deitados, tentando nos esquentar debaixo de todas as cobertas necessárias nesse inverno, sozinhos, tentando dormir. Mas o sono apenas se distancia, cada vez mais e mais. Se distancia e não parece querer voltar. Apertamos nossos olhos, na leviana esperança de que isso vá ajudar. E é nesse momento que nossos maiores medos, nossos piores pensamentos aparecem. Penamos ao pensar nas contar que devem ser pagas, fazemos orçamentos até o fim do mês mentalmente, contamos até o último centavo, crendo que tudo dará certo. O que parecemos não ver é que o quanto mais nos mantemos pensando nisso, mais nos mantemos acordados, pensando em mais problemas. É uma bela bola de neve, que cresce a cada noite. Por fim, após algumas horas, adormecemos. Mas e nossos sonhos? Esperamos que eles nos levem para algum lugar bem bonito, calmo, onde talvez possamos... dormir! O sono parece ser a melhor forma de esquecermos dos nossos problemas.
Esquecer parece bom. Soa bem. Soa "adulto". É como ser a pessoa mais superior da relação e esquecer os erros, os enganos. Ao mesmo tempo, esquecer não soa mais tão bem. Lembra "fuga". E como eu mesma canto, nas palavras de amigos, "Eu já cansei dessa história/'tudo um dia vai mudar'/Eu já juntei alguns trocados/Amanhã vou me mandar".

Enfim, que o caminho me percorra, que ele me leve onde eu devo ir. Ou que então me coloque em um ponto onde eu possa o percorrer. Mas que eu saia do lugar em que me encontro e que ande pra frente!

Um comentário:

Stigger disse...

Vida após amor. Impossível, creio. Já dizia Raul "Ninguém nesse mundo é feliz, tendo amado uma vez...". Na verdade, cara, é tudo assim mesmo. Os pensamentos chegam, o sono vai. É realmente uma bola de neve, ficar pensando, pensando, pensando. E são tantos os problemas. Esquecer pode ser um sinal de amadurecimento - para alguém - mas mais e mais problemas de "Adultos" são sinal disso também.
Tem um filme (legal que meu comentário não acaba...): "Em busca da terra do nunca", não sei se já vistes. Bem, no filme a mulher fala: "- Eu amava você por pensar que você poderia me levar para um outro lugar, um lugar mais bonito, a terra do nunca.".
Tá, talvez ela fale algo diferente (e eu tô tão emocionado escrevendo que nem sei mais o que escrevi), mas o cerne é esse. Talvez o amor verdadeiro e puro seja quase um sonho mesmo. Fiquei tocado. Nem sei mais o que dizer. Nas noites de insônia, eu costumava tentar pensar em nada, mas sempre lembrava de algo/alguém.

"E agora - que desfecho - já nem penso mais em ti. Mas será que nunca deixo de lembrar que te esqueci?"

Força, Luísa, força!

=*