sexta-feira, 25 de julho de 2008

Bandas sem as quais eu não seria o que sou hoje.

Eu sou uma pessoa que não consegue sobreviver sem música, ouço música até pra tomar banho. Nada mais justo do que colocar a cabeça pra funcionar e eleger as bandas mais importantes pra minha formação atual organizadas pela idade que eu tinha quando comecei a ouvir.
Vamos lá! Preparem-se pras trasheiras que habitam esse ser que vos escreve. :P

0 - 5: Jovem Guarda.

Leno e Lilian.

Muito antes da Adriana Calcanhoto pensar em regravar "Devolva-me", quando eu estava no útero da minha mãe (talvez ainda fosse um óvulo não-fecundado) eu já ouvia esse pessoalzinho brasileiro que mais parecia fazer versões aportuguesadas de Beatles. Por mais que Leno e Lílian não sejam tão jovem guarda, era inevitável que meu pai me fizesse cantar noite e dia algumas músicas deles (pra quem não sabe, meu pai é praticamente um multi-instrumentista e por muitos anos tocou em festas, reuniões e chás da aeronáutica em Canoas. Em casa, a gente sempre ouvia muita música e, nos fins de semana, o pai tocava teclado e eu cantava os grandes sucessos da música nacional e internacional).

Renato e Seus Blue Caps.

Entra na mesma linha de Leno e Lilian, a diferença é que esses realmente faziam umas versões de Beatles. Até hoje eu canto com a banda do meu pai algumas músicas deles. Acho muito lindinhas, apesar de serem beeem simples. RSBC, pra mim, é a prova de que é possível fazer versões boas - coisa que creio ser muito complicado hoje em dia (depois de Mordidas de Amor, do Yahoo, como versão pra Love Bites do Def Leppard, eu tive sérios problemas pra sobreviver... mas esse é assunto pra um outro post).

5 anos, 1º marco importante: Revolver!

Eu lembro muito bem de um domingo super chuvoso, de um jogo do Grêmio (líder isolado! feitoria!) com o Botafogo (que ganhamos de 2 a 1). Eu e os meus pais fomos ao jogo de carro e, na volta, tinha tanta chuva e tanto fluxo de automóveis que preferimos ficar um tempo no carro e esperar grande parte do pessoal sair. Pois bem, foi nesse dia que meu pai colocou no CD-player o "HELP", dos Beatles. Minha vida estava começando a mudar. Algumas semanas depois, eu estava em casa de bobeira (no auge dos meus 5 anos). Resolvi abrir a gaveta de CDs dos meus pais e reconheci a grande fileira de CDs dos Beatles. Dei uma olhada em cada um deles e escolhi o Revolver. Acredito que não podia ter escolhido um CD melhor para ouvir. Até hoje é o meu favorito: eles estavam doidões, tinha voltado da índia e fizeram grandes músicas. A vida nunca mais foi a mesma depois desse CD!

5 - 10: MPB e Bossa e Frank Sinatra.

Toquinho, Belchior, Elis Regina, Gilberto Gil...

Nessa época da minha vida a minha formação musical tava ficando cada vez melhor. Graças a essa fase eu não tive o preconceito de que música brasileira é ruim. Até hoje eu me cago tentando tocar no violão algumas músicas que eu ouvia nessa época e não tem cristo que faça eu conseguir (sim, eu sou ruim, mas o que vale é a intenção). Se eu nunca tivesse ouvido essas pessoas (obrigada mãe e pai!), eu provavelmente não cantaria o que canto hoje em dia.

Tom Jobim, Vinícius de Moraes e Chico Buarque.

Sem esses eu definitivamente não seria ninguém. Tom Jobim era uma coisa inerente à minha pessoa, posto que me chamo Luísa e a mãe adorava me fazer ouvir a música "Luiza" (acho que já ouvi todas as regravações existentes). Vinícius sempre foi lindo e maravilhoso e escrevia coisas geniais. Mas o grande mérito é o Chico Buarque! Ele é o cara que compôs várias músicas que eu gostava e ouvia pela Nara Leão, dentre outros. O caso é que eu tinha um pouquinho de preconceito com ele. Eu achava ele "samba" demais. Ok, eu explico: eu tinha 10 anos, ouvia coisas mais "pesadas" e achava que samba não podia ser bom. Por isso que o mérito é do cara (e do meu pai, que me obrigou a sentar e ouvir um CD inteiro!). Depois de ouvir uma vez, nunca mais parei.

Frank Sinatra.

Aí entra o Tony Bennett e o Louis Armstrong também. Graças a esses dois, eu virei uma pessoa apaixonada por música clássica americana e pelos melhores do Jazz. Negócio vai bem além de "New York, New York". Vai pra "Foggy Day", "They Can't Take That Away From Me" e todas as músicas que tocam em filmes românticos que se passam em um natal/inverno em NYC.

10-15: Pop, Quebradeira, Farofada e Progressivo!

Michael Jackson.

Como boa guriazinha, eu ouvia música pop. Já fui apaixonada pelo Michael Jackson (época de quando ele era negrinho e "bonitinho" e fazia duetos com o Paul McCartney) e ainda tenho o CD "Bad" dele. Permaneço achando o cara genial até hoje, apesar de ignorar a fase branquelo-sem-nariz dele.

Pantera.

Ok, essa tá distoando muito das outras, mas se não fosse pelo Pantera eu nunca teria começado a ouvir todas essas bandas de trash que eu tanto amo. Na verdade, Pantera abriu minha mente pra coisas mais pesadas. Lembro da tristeza de todo mundo quando o Dimebag Darrell morreu, lembro das "festas" com o "Vulgar Display of Power" tocando a todo volume... Pantera foi praticamente a trilha sonora dos meus 15 anos.

Farofada!

É, como se não bastasse todo o glitter do Michael Jackson, eu adentrei o mundo do Hair Metal e do Hard Rock farofa. E tem mais: a-do-rei!
Foi a época em que a minha coluna mais sofreu: eu andava de salto agulha por ruas de pavimentação duvidosa (leia-se paralelepípedos irregulares), usava meia arrastão... só não tinha poodle-hair porque meu cabelo era comprido. Essa paixão toda fez com que eu e a minha tia tívessmos várias conversas sobre o Jon Bon Jovi ser o cara mais maravilhoso que já pisou na face da Terra (essa a Cler, do hitnarede.com, vai adorar!).

Genesis.

É, no auge dos 15 anos eu ganhei do meu tio um vinil do Genesis que, até hoje, é o meu favorito: Selling England By The Pound. Não troco esse álbum por nada, acho ele fantástico e até já virou dica musical lá no Faneinbox. Acho os caras geniais e praticamente dispensa apresentações. Era a banda do Phill Collins, fazia um som progressivo de primeira! Sem Genesis, não teria a base que tenho hoje pra progressivos fodas.

15-20: a fronteira final?

Bom, depois de tantas bandas computadas na playlist cerebral, eu ainda consegui incluir mais coisas.

Do Alternativo ao Indie.

Em alguns momentos da vida a gente se depara com coisas novas e boas. Isso aconteceu quando eu ouvi pela primeira vez Kings of Convenience. Bossa, indie, alternativo... tudo misturado (e muito bem misturado, diga-se de passagem!). É o que me acalma, me deixa feliz, me deixa com saudades. Depois disso veio La Rocca, Of Montreal, Bright Eyes... tanta coisa que eu nem sei se consigo enumerar. O grande agradecido dessa vez é o Rust, por ter me inserido completamente nesse mundo em uma época em que eu acreditava que Killers e Interpol eram a nata da coisa. Engano meu!

Progressivos brasileiros: é possível!

A Cor do Som não era uma novidade pra mim. A banda de apoio dos Novos Baianos era velha conhecida, a mãe sempre ouviu... só caiu no esquecimento pra voltar agora. O mais legal é mostrar pra mãe a música "Frutificar" (foda pra caralho!!) e ouvir ela dizer que adora essa música!
Tanto A Cor do Som, quanto Novos Baianos são a prova de que progressivo brasileiro tem qualidade e é mais do que possível, é necessário!

E agora, José?

Eis que eu chego mais perto dos 20 anos e me questiono: o que eu vou ouvir nas próximas décadas? No ressurgimento de B52's de uma maneira BEM decadente, eu tenho medo do que pode aparecer. No entanto, se eu puder permanecer ouvindo o que eu sempre ouvi, vai ser maravilhoso.

P.S.: Esse post ficou mais gigantesco do que eu pensei que ficaria. Muita gente ficou de fora dessa lista (Iron Maiden, Carl Perkins, Elvis, Johnny Cash, Blind Guardian...), mas se eu for ficar falando sobre todas as bandas que eu gosto, esse post nunca vai terminar.

2 comentários:

DooM disse...

te respeito bem mais agora que sei do
blind e do Michael Jackson eheh alias tu me surpreende sempre. =p

J.P. disse...

hahaha muito bom essa história.
Gosto muito dessas histório "retro" da vida, ainda mais qdo é a música.
Esse post até me fez pensar nas minhas fases musicais.
Adios...